
Zico em 1982, na seleção brasileira / Imagem: Jorge Araujo/Folhapress
Vejo no Twitter o comentário inteligente do meu colega Rodrigo Salem sobre a declaração de Tite de que, se pudesse escolher alguém da seleção de 82, teria escalado Zico. Diante disso, Salem comenta: "Aí colocaria Zico como volante para marcar o atacante adversário". Pois é. Se conseguirmos imaginar essa situação de realismo fantástico e trazer Zico desde o auge de sua forma como profissional para os dias de hoje, e para a seleção da CBF, que funções ele executaria em campo?
Marcação, marcação, marcação: o mantra do futebol moderno. Ou há quem discorde?
Quantos Zicos deixaram de existir justamente porque o jogo está hoje articulado por esse mantra miserável? Quantos Zicos passam pelas bases e são transformados em volantes porque "esse tipo de jogador tem mais mercado"?
Aquele Cruzeiro magnífico comandado por Luxemburgo em 2003, que tinha Alex jogando absolutamente livre para criar, talvez nunca mais vejamos. Sim, temos o Flamengo, o Galo e o Fortaleza jogando ofensivamente, e isso me faz ter um pouco de confiança, mas é pouco para o que já fomos um dia.
Se Zico jogasse hoje, ele provavelmente seria um volante. E assim, portanto, não seria Zico.