
Nino comemora gol do Fluminense sobre o The Strongest em duelo da Libertadores / Imagem: Jorge Rodrigues/AGIF
Críticos dirão que é exagero. Que estou tomada por hipérboles. Que enlouqueci.
Pois insisto: o Dinizismo abre nossos portais da percepção (salve Aldous Huxley).
Dinizismo é uma forma de sentir o jogo mais do que jogar ou analisar o jogo.
Dinizismo não fala de números, passes certos, assistências e nem mesmo de percentual de posse de bola.
Esqueçam as objetividades.
Fechem os olhos e sintam.
É a massa em transe na arquibancada.
Escutaram?
É aquela cena de Guerra nas Estrelas em que Luke Skywalker é orientado a desligar as máquinas e seguir a intuição.
É o sagrado diálogo entre time e torcida.
É movimento, deslocamento, criatividade.
É a insistência pelo gol a despeito do placar.
É pura meditação: viver no presente, nesse instante, nas múltiplas camadas do agora.
É anti-ChatGPT, anti-algoritmo, anti-sistema.
É toque de bola.
É Brasil — o Brasil das frestas, do samba, da capoeira, das rezadeiras, dos terreiros.
Podem tentar explicar quanto quiserem.
Tentem colocar em dados, planilhas.
Falem de performance, processos, gestão. Acabem-se na busca de colocá-lo em uma caixa e rotulá-lo.
Quem entendeu o Dinizismo não sabe explicá-lo.
Quem sabe explicá-lo não entendeu.
Wabi Sabi.
Futebol a gente não vê; futebol a gente sente (salve Sergio Vaz).
Foi só um a zero contra o fraco The Strongest, dirão os fixados nas objetividades.
Esqueçam o placar: foi muito mais do que isso.
Foi amor em estado puro.
Vida longa ao Dinizismo.