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Em Neymar, o melhor e o pior do que podemos ser

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28 Dezembro 2022

Neymar é expulso de jogo do PSG contra o Strasbourg após simular um pênalti / Imagem: REUTERS/Sarah Meyssonnier

O ano profissional terminou para Neymar. Era para ter acabado em grande estilo, como previam as seis estrelas que ele meteu no calção anunciando o hexa antes do hexa chegar. Gesto de confiança, ele disse. O tempo mostrou que era apenas arrogância.

Neymar é gênio em campo. Leve, inteligente, criativo, inovador, rápido, talentoso, ousado, corajoso.

Não precisaria simular falta nenhuma porque de fato leva muito pontapé. Mas ele escolhe simular.

A malandragem não pega bem e, como ele simula mal, à safadeza se soma uma dimensão do ridículo.

Sobre nossa cultura dizem que queremos levar vantagem em tudo. A imagem do malandro é associada aos mais pobres, nunca aos mais ricos.

O malandro anda de sunga e chinelo de dedo pelos botecos da vida. O malandro não é o homem de terno e gravata que sonega e evade.

A cultura da malandragem, tão toscamente associada a um tipo de sujeito apenas, é reforçada pelo comportamento de Neymar ao simular faltas.

Fora de campo Neymar é uma tragédia: apoiador do nazifascismo bolsonarista, cheio de tretas com a Receita, acusado de violência sexual por uma funcionária da Nike, comportamento de guri mimado.

Fora de campo ele também é o Neymar que afaga o torcedor rival mesmo depois de uma dolorosa derrota. O que assumiu a gravidez da namorada quando era ainda um adolescente, que convive amigavelmente com a mãe da criança e com seu atual marido, que é um pai adorado pelo filho, que pode ser um reservatório de doçura e de gentileza.

Em uma só pessoa, o que temos de melhor e de pior.

Nesta quarta-feira Neymar foi expulso infantilmente de um jogo do PSG e, como punição, não joga em 1º de janeiro.

Castigo ou prêmio?

Saberemos em breve.

Se pegar seu avião para passar o Ano-Novo em baladas pelo Brasil, prêmio certamente.

Se seguir em Paris treinando e se preparando para a próxima partida, então a expulsão foi um castigo e ele, quem sabe, terá assimilado a necessidade de se comportar como uma pessoa adulta.

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